Espírito Motor
terça-feira, 18 de setembro de 2007
  O fio de ouro.
O fio de ouro.

No primeiro gesto de afastamento sei que vou recuar, então, sabendo de prévia da escapatória, sabendo que ao menor sinal de rechaço dos indivíduos fujo, devo eu continuar a tentar até o fim? Pergunto sobre participar da vida alheia, de fazer raízes em muitos compromissos e riscos, em olhar para o destino meu e dizer: "oi! cabe mais um?"

As pessoas já estão tão prontas para viverem suas vidas isoladas, ainda que a biologia as obrigue serem em conjunto, mas elas estão bem encasteladas nos protocolos mínimos de um tempo delivery, basta encomendar que chega, no máximo um "oi" e logo se assina um papel. De resto, a gente pode resmungar pelo msn e orkuts da vida sobre a distância entre os seres, o que faz alguém ficar perto de verdade?

Dependência de qual nível? De qual recurso? Se biologicamente fôssemos otimizados, e de repente não precisássemos de nada, o que nos uniria? Qual é o fio que prende um ser humano a outro e que nos liberta do labirinto?

Eu quero depender de alguém?

Eu quero não depender?

Se eu abrir os olhos, qual problema vejo de verdade por trás das escuridões da dúvida?

Se eu fechá-los, qual problema se torna a escuridão e a resposta?

Quero um fio azul, feito de ouro azul, esse que a gente tira do céu, um fio para tecer um casaco de frio, e não para fugir de meu minotauro, quero estar agasalhado quando abraçar meus monstros, tudo por um só motivo: quero fazer calor para compartilhá-lo.

Morre comigo a menção que jamais será dita: morro de medo de depender dos outros.

E tantos assim vão comigo, que por debaixo da terra se ouve a mesma ladainha por toda eternidade.


Será que haverá arrependimento de não ter participado da vida? Ou virá a ser ressentimento por não ter tido coragem de dividir o peito?
 
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Olá! Eu sou um professor dos anos iniciais do ensino fundamental. Minha principal estratégia de educação é considerar a construção do conhecimento como uma relação entre dois grandes universos, que eu prefiro chamar de mundos, o exterior e o interior.

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