Espírito Motor
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
  Sobre o Divino
Sobre o Divino

Grande parte do meu dia é um pensamento religioso, eu estou permanentemente ligado à questão do Significado, não tenho dúvidas sobre a existência de um Deus, não tenho no entanto, qualquer crença de que Ele queira ou faça algum gesto para nos ajudar ou atrapalhar.

Não tenho a menor vontade de também propor um entendimento novo sobre o Divino, acho que o que acredito já foi deveras pensado por qualquer pessoa com cotovelos à mesa, ou com o pés sobre uma bancada, descansado o ser humano, sem vontade nenhuma, acredito piamente que naquele instante de forças não cobradas, venha a sensação explicativa sobre isso que creio: um Deus que não se intromete.

Falar que Deus não ajuda, não participa, não se envolve com a questão nossa, é a mesma coisa que dizer da sua não existência, assim ouviriam os fiéis ávidos por soluções via celeste, eu no entanto, penso assim mesmo, nenhum intervencionismo, ou se há, não seria nas coisas da vontade.

Para levantar um discurso como esse eu preciso ficar entre todos os pensadores odiados, e não seria difícil para mim estar entre eles, é justamente onde encontro o manancial de explicações fundamentais, e lá me estaciono com prazer.

Estamos todos preparados para enfrentar um crente chato a dizer de Deus e da bíblia, e a ouvir sua ladainha de que meus pecados vão me levar ao inferno deles, estamos preparados para isso, no entanto, nos atiça com fogo quem diz contra a providência divina, e eu digo, Deus não se intromete nas nossas coisas. E nem é porque ele não possa, mas porque seria vulgar, hediondo, estúpido, idiota e nojento, tal como uma platéia a interromper o espetáculo de música querendo incrementar novas notas ou harmonias.

Para mim Deus é a capacidade de cada átomo existente executar sua finalidade, Deus é no ser humano um arranjo muito complexo de si mesmo, e cada indivíduo é uma instância dessa potestade repartida, agora na identidade de uma pessoa, um ponto máximo de Sua capacidade de viver a Si mesmo. Se eu pudesse exemplificar esse pensamento, seríamos nós, nosso corpo, o universo, e o ser humano seria cada bactéria(ou vírus) dentro de nós, a experimentar o ambiente e fazer parte dele, sendo num foco um deus miúdo, e num outro, um deus completo.

Para mim, cada gesto nosso, bom ou mau, útil ou inútil,ofensivo ou inócuo, é o Deus em movimento, agindo e sentindo as coisas, vivendo a experiência de nutrir-se do próprio tempo, da própria carne, da própria inocência e sonho.

Somente desapercebido de Si, Deus pode linear suas características e visualizar o inteiro por partes, e nisso se sentir um monte, bem distante da solitária condição de ser pleno que é.
 
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Olá! Eu sou um professor dos anos iniciais do ensino fundamental. Minha principal estratégia de educação é considerar a construção do conhecimento como uma relação entre dois grandes universos, que eu prefiro chamar de mundos, o exterior e o interior.

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