Vamos ser livres.
Vamos ser livres.
É preciso ser livre, mas ser livre já é ser alguma coisa, eu quero não ser nada, nem preso nem liberto, eu quero ser aberto, sem significado e com todos eles. Onde estamos nesse mundo senão do outro lado do sujeito na frase? Somos o nomeado, o que tem imagem e figura, o adjetivado, o rotulado, o desconhecido que é uma forma zerada de indentidade, redondo, mas existente e nesse existente, adjetivado.
Sem adjetivos somos livres, o quão livres podemos ser?
Quanto menos adjetivos, mais libertos seremos, quantos menos elogiados ou humilhados mais livres nós somos?
Em quem confiamos há um banco de características, e fiamos nossas seguranças nessas adjetivações que perambulam por aí vestidas na primeira pele pelo elogio que damos, pelo reconhecimento que proclamamos ou pela cor que guarda a semelhança das estruturas biológicas.
Mas será certo que essas adjetivações façam de verdade a vida?
Já disse Cristo, Deus é o que vc diz ser.
Onde está a verdade nas muitas roupas que eu visto? Nos pensamentos coesos e totalmente paradoxais que tenho?
Qual adjetivo impera numa caixa cheia deles, numa sala escura das necessidades de compreensão erudita???
Qual é a autoridade criada pelo significado? É a autoridade em mim ou nos outros?
A autoridade dos outros dentro de mim é o que a pessoa possui ou que eu possuo?
A pessoa me tem? Ou tenho a magnitude da pessoa?
Vamos ser livres.