Espírito Motor
sábado, 1 de dezembro de 2007
  Semeadura de Universos
Semeadura de Universos

Eu plantei uma idéia antiga de respeito ao próximo, e uma flor pequena e sem saúde enfim chegou ao máximo de seu desabrochar, e o cheiro era quase inexistente, não fosse a minha imensa vontade de alguma coisa querer sentir, não haveria de verdade nada ali.

As pessoas esquecem que são herdeiras de um berço explêndido, e deixam no lugar dessa saudável memória um pensamento resistente de medo e competição, o universo pode ser infinito, mas a medida de um olhar é sempre menos, e do tamanho de minha flor quase morta tenho agora respeito pelas pessoas de pouco talento em ver.

Quando eu encontrei minha plantinha quase morta por ser fincada numa terra de estranhos, resolvi mudar de cultivo, e deixar minhas esperanças fazer a jardinagem que a terra de estranhos tanto quer, eu transformei o esterco dos corações e idéias alheias no meu grande nutriente de nadas, e meu querer ficou do tamanho do cheiro de sucesso tido antes. E foi uma boa obra.

Hoje tenho flores crescendo por todos os lados, perfumosas para mortificar meus sensos, entorpecendo minhas especulações humanas com o maquinismo da biologia dos estranhos, e o universo fica cada vez menor, quase do tamanho das idéias que secaram minha rosa anterior, a sobrar somente os espinhos, e essa é uma forma de flor também, rasgue tua mão e notará as pétalas desabrochando.

Eu sou um plantio do universo, eu sou uma rosa sem cheiro, e tenho tantos espinhos que já não sei o que é florada ou proteção, guardo meu respeito ao próximo bem debaixo da minha única terra, bem dentro de minha mão, que sente florescer todo tipo de ferida, exceto o arrependimento por já não querer mais fazer da semente um irmão.
 
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Olá! Eu sou um professor dos anos iniciais do ensino fundamental. Minha principal estratégia de educação é considerar a construção do conhecimento como uma relação entre dois grandes universos, que eu prefiro chamar de mundos, o exterior e o interior.

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