O Joelho da Montanha.
O Joelho da Montanha
Quero ser grandioso e espetar o céu com meu peito, quero alcançar toda a paisagem com o olhar, e sou assim quando lembro do meu pequeno tamanho diante de tudo, eu sou o filho das profundezas mais calorosas, e na casca da minha idade a natureza eleva seus rios de sangue, entrepassam por meus desenhos os vales encadeirados diante de outros iguais, e se admiram como eu faço na minha absoluta humildade, tão refrescante quanto a brisa que corre no mais profundo perto da margem, e os rios fazem sincronia de interesses, querem todos eles chegar ao mar, as montanhas fazem filhos e eu sou um deles, abraço com amizade o meu sobronome geográfico, e minha miudeza é meu oceano de oportunidades, os mistérios que crio, os charmes que saboreio, há muito tempo no sal vastíssimo distribuído por todas as minhas casas, e elas olham entre si, admirando umas às outras, sentadas no pé de meus passos, eu andante filho da montanha, sou seus joelhos e em profunda humildade assim me acho.
Não vou fingir que me orgulho de ter que revelar o sangue no meu rosto, não vou fingir que o mistério por trás dos pequenos dão a eles idades para suas histórias, não vou fingir que a mesquinhez é o tédio do herói, não vou fingir que o valor grande de tudo é ser admirador das altas casas onde mora a semente azul do céu, onde mora todo filho de refrescante coração, digo sem medo e com todos eles: o interior do meu ontem é caloroso como a semente de montanhas. E elas são filhas de quem pode vê-las.
E que grandeza poderia ser maior que carregar um jardim de horizontes?